sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Padecer...



padecer ao cair da tarde
quem sabe, não é padecer
ao anoitecer
não sei...
que não quero padecer
nem na tarde nem na manhã
quero só tecer
uma vestimenta para meu corpo
nu
despido de parecer
e palpites alheios
entristecerem meus olhos
secar a luz
do ver
para não mais crer
que muitos padecem
de pão
por querer e não ter
ser, quem sabe um revolucionário
para tecer um caminho de luz
para meus olhos de luz
de tristeza
e riqueza que não vejo
no amanhecer dela coração do Brasil
favela
que revela seu padecer
ao anoitecer
quero luz de amanhecer para meus olhos
ver sempre nas tarde de domingo
em avenidas de nomes importantes
Gabriela Mistral e Assis Ribeiro
quatro crianças sem nomes importantes
nas noites de domingo
a mendigar
no padecer dos olhos do Brasil
olhos de alvorada
mais não sei se na Alvorada
terá um padecer
com os olhos
de enriquecer crianças
sem nomes, em avenidas de nomes importantes
mais preciso padecer
pois meus olhos ficaram
sem luzes

Nenhum comentário: